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Hoje, 30, acordei bem cedo para conferir uma matéria especial do Léozinho Mayer, cria minha, que saiu no jornal Diário de Santa Maria do Grupo RBS. A capa do Caderno 02 da edição de hoje foi toda dele. Na foto a capa e a matéria publicada é esta aqui que você pode acompanhar abaixo. Clique na imagem para ampliar.
Cria do rock
O roqueiro Pylla encontra no sobrinho de 13 anos o seu novo guitarrista
Dinossauro, veterano, sobrevivente, insistente, incansável, persistente. A longevidade que o vocalista Pylla acumula no universo do rock’n’roll pode lhe render os mais diversos apelidos e adjetivos. No momento, existe um que faz mais sentido que qualquer outro: titio do rock. Quem assistiu às performances mais recentes do ex-vocalista das históricas bandas santa-marienses Fuga e 220 Volts certamente está surpreso com o pequeno grande guitarrista que está ao seu lado. O nome: Léo Mayer. Idade: 13 anos. Parentesco: sobrinho de Pylla.
O vocalista nunca poderia pensar que a fonte de rejuvenescimento de seu trabalho viria de dentro de sua própria família. Afinal, quando começou com esse negócio de rock’n’roll nos anos 80, o guri nem nascido era. Mas, como tudo na vida, o acaso novamente fez dessas coisas que nunca se pode imaginar – apenas sonhar.
– Quando ele nasceu, eu entrei no quarto e disse: “Nasceu meu guitarrista”. O pai dele, casado com minha irmã , disse “Tu vai ver. Esse aí vai ser doutor” – lembra Pylla, 49 anos.A história dele percorre os diversos capítulos do rock santa-mariense, sempre ao lado de grandes guitarristas, como Rafael Ritzel, Zézinho Cacciari, Tyty Moreno e Daniel Rosa.
Depois de experimentar o auge e os excessos da fama, o roqueiro entrou em uma fase ruim na virada dos anos 2000.Foi quando sofreu um acidente de moto, e seu estilo de vida desregrado mostrou as consequências. Ficou em coma, com a vida por um fio. Mas eis que se levantou, voltou à música e lançou um disco inspirado e autobiográfico – Bruxos Rosa (2004).
– Passei um tempo em Tapera, minha cidade natal, entre o hospital e a casa da minha família. Foi aí que comecei a conviver mais com o Leozinho. No meu processo de recuperação, minha família me deu um violão. E o guri acabou se fissurando nele. Isso que eu já havia dado para ele uma minibateria, quando me acusaram de largar uma bomba na família e cair fora – diverte-se Pylla.
O vocalista nunca havia planejado encaminhar o guri para o mundo da música:– Tinha medo, é uma vida pesada. Até que, nesse verão, ele me chamou no quarto e tocou uma música da minha obra. Me choquei. Vi que ele tinha uma baita percepção para a idade. E pensei: “Isso não vai dar boa coisa”.
A banda – Não demorou muito, Léo estava tendo aulas com guitarristas como Daniel Rosa e Batavo. Agora, ele toma aulas de Cantídio La Maison, outro veterano talento e que assumiu o baixo na banda de Pylla, a Carbono 14. Completam a formação Pablo Castro (bateria) e Márcio Echeverria (teclado e voz, da banda Crema).
Nos shows, Léo passeia facilmente pelo repertório de nomes do rock’n’roll clássico. Sozinho nas guitarras, faz as bases e manda bem nos solos, impressionando pelo precoce domínio do instrumento.
– Ele é um belo guitarrista. Para a idade, tem uma baita percepção. Agora, estou ensinando-o a ler partituras, o que será um salto, pois hoje ele funciona mais com o ouvido – explica Cantídio.